quarta-feira, 8 de agosto de 2012

DEUS (Baruch Spinoza)




As palavras abaixo, ditas em pleno século XVII,  são de Baruch Espinoza, nascido em 1632 em
Amsterdã, falecido em Haia em 21 de fevereiro de 1677. Ele foi um dos grandes racionalistas do século XVII, dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz.
 

“Para de ficar rezando e batendo no peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Para de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Para de me culpar da tua vida miserável: eu nunca te disse que há algo mau em ti, ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.
Para de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho? Para de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Para de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te
manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um
prelúdio para o paraíso. Esta vida é a única que há aqui e agora, e a única que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes.
Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho: vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?
Para de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim.
Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Para de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Aborrece-me que me
louvem. Cansa-me que me agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua
saúde, de tuas relações, do mundo. Sentes-te olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria!
Esse é o jeito de me louvar.
Para de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro de ti... Aí é que estou."


quinta-feira, 5 de julho de 2012

MAS AFINAL, O QUE É INTELIGÊNCIA?

Me questionei muito sobre esse tema nos últimos dias e por sincronicidade este texto veio para mim num passe de mágica!!! É preciso muito cuidado ao rotularmos as coisas e também  muito importante não confundirmos inteligência com conhecimento.Vale a reflexão.



















Por Isaac Asimov

Quando eu estava no exército, fiz um teste de aptidão, solicitado a todos os soldados, e consegui 160 pontos.
A média era 100.
Ninguém na base tinha visto uma nota dessas e durante duas horas eu fui o assunto principal.
(Não significou nada – no dia seguinte eu ainda era um soldado raso da KP – Kitchen Police)
Durante toda minha vida consegui notas como essa, o que sempre me deu uma ideia de que eu era realmente muito inteligente. E eu imaginava que as outras pessoas também achavam isso.
Porém, na verdade, será que essas notas não significam apenas que eu sou muito bom para responder um tipo específico de perguntas acadêmicas, consideradas pertinentes pelas pessoas que formularam esses testes de inteligência, e que provavelmente têm uma habilidade intelectual parecida com a minha?
Por exemplo, eu conhecia um mecânico que jamais conseguiria passar em um teste desses, acho que não chegaria a fazer 80 pontos. Portanto, sempre me considerei muito mais inteligente que ele.
Mas, quando acontecia alguma coisa com o meu carro e eu precisava de alguém para dar um jeito rápido, era ele que eu procurava. Observava como ele investigava a situação enquanto fazia seus pronunciamentos sábios e profundos, como se fossem oráculos divinos.
No fim, ele sempre consertava meu carro.
Então imagine se esses testes de inteligência fossem preparados pelo meu mecânico.
Ou por um carpinteiro, ou um fazendeiro, ou qualquer outro que não fosse um acadêmico.
Em qualquer desses testes eu comprovaria minha total ignorância e estupidez. Na verdade, seria mesmo considerado um ignorante, um estúpido.
Em um mundo onde eu não pudesse me valer do meu treinamento acadêmico ou do meu talento com as palavras e tivesse que fazer algum trabalho com as minhas mãos ou desembaraçar alguma coisa complicada eu me daria muito mal.
A minha inteligência, portanto, não é algo absoluto mas sim algo imposto como tal, por uma pequena parcela da sociedade em que vivo.
Vamos considerar o meu mecânico, mais uma vez.
Ele adorava contar piadas.
Certa vez ele levantou sua cabeça por cima do capô do meu carro e me perguntou:
“Doutor, um surdo-mudo entrou numa loja de construção para comprar uns pregos. Ele colocou dois dedos no balcão como se estivesse segurando um prego invisível e com a outra mão, imitou umas marteladas. O balconista trouxe então um martelo. Ele balançou a cabeça de um lado para o outro negativamente e apontou para os dedos no balcão. Dessa vez o balconista trouxe vários pregos, ele escolheu o tamanho que queria e foi embora. O cliente seguinte era um cego. Ele queria comprar uma tesoura. Como o senhor acha que ele fez?”
Eu levantei minha mão e “cortei o ar” com dois dedos, como uma tesoura.
“Mas você é muito burro mesmo! Ele simplesmente abriu a boca e usou a voz para pedir”
Enquanto meu mecânico gargalhava, ele ainda falou:
“Tô fazendo essa pegadinha com todos os clientes hoje.”
“E muitos caíram?” perguntei esperançoso.
“Alguns. Mas com você eu tinha certeza absoluta que ia funcionar”.
“Ah é? Por quê?”
“Porque você tem muito estudo doutor, sabia que não seria muito esperto”
E algo dentro de mim dizia que ele tinha alguma razão nisso tudo.

 (tradução livre do original “What is inteligence, anyway?”)

domingo, 20 de maio de 2012

O Uróboro e a Sustentabilidade




O conceito da sustentabilidade tem tudo a ver com o yoga. Nele estão contidos todos yamas e niyamas. Este texto do Eugênio Mussak é perfeito para uma reflexão e em consequência um aumento da nossa conscientização a esse respeito.

O mito

A serpente é um animal cheio de simbolismos. Aparece em Gênesis armando confusão entre Adão e Eva; representa a fertilidade em Canaã; a força política no Egito; e a renovação da vida no Caduceu de Mercúrio – o estandarte símbolo da medicina.

A serpente é ambígua, pois representa, simultaneamente, o medo e a admiração, o respeito e a inveja, o belo e o horrível. Ao mesmo tempo em que a detestamos pelo perigo de seu veneno e por sua capacidade de aparecer e desaparecer de repente; admiramos a elegância de seus movimentos e sua liberdade – mesmo presa em um aquário, parece livre, pois aquieta-se, ocupa todos os espaços disponíveis e apodera-se da segurança que o cativeiro lhe fornece.

E foi no Egito que surgiu uma versão única da serpente: aquela em que ela aparece comendo sua própria cauda – o uróboro. Esta serpente que se engole quer representar o eterno recomeço da vida, mas permite outras interpretações.

Usemos a imaginação: ao formar um círculo, o uróboro cria um espaço interno e outro externo. O lado de dentro simboliza o mundo percebido, a vida como a conhecemos, a matéria, o concreto, a natureza, a ciência. E, no lado de fora, de dimensão desconhecida, provavelmente infinita, caberiam todos os mistérios da vida, de sua origem e de seu fim – os grandes dilemas humanos.

Fora do uróboro está Deus, e nele estamos contidos, pois o círculo criado pela serpente delimita um espaço do todo e fragmenta o infragmentável criando um fractal do infinito. Nossa esperança infantil e nossa arrogância ingênua desejam que o uróboro abra a boca e nos coloque em contato com o todo, com o divino, para então dominá-lo, sem percebermos que provavelmente seriamos absorvidos pelo infinito e pelo eterno, tornando-nos nada.

É confuso? Pode ser, mas é também fantástico. É só prestar atenção para descobrir que se o uróboro continuar a se comer terminará por consumir-se e desaparecerá deixando-nos ao mesmo tempo sem o interno e sem o externo. Por outro lado, se parar de se alimentar desaparecerá por inanição, e a humanidade morrerá com ele. Parece que não temos saída.

Mas, diz a lenda que o uróboro, ele mesmo, não teme por sua sorte, pois descobriu o segredo da vida eterna, da sustentabilidade infinita. Ao alimentar-se de si mesmo, mantem-se vivo, cresce e providencia a substância que irá alimentá-lo novamente. E nesse moto-perpétuo, absorve energia do externo, do todo, e mantém o interno vivo. A sabedoria do uróboro reside em não parar de alimentar-se, porém, sem extrair, de si mesmo, mais do que necessita para manter-se capaz de continuar produzindo a substância que lhe garante a vida. Uau!

A consciência

Pode parecer exagero, mas o uróboro nos ensina o segredo da sustentabilidade: não consuma mais do que você precisa para manter-se vivo, e use o resultado de sua produção para recompor o substrato que lhe permita produzir. Simples assim. Sim, simples, mas não fácil.

Em 1987 uma bela e poderosa mulher, a norueguesa Gro Harlem Brundtland, subiu com passos decididos na tribuna da ONU e explicou: “Sustentabilidade é satisfazer as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades”.

Essa definição fazia parte da Declaração Universal sobre a Proteção Ambiental e o Desenvolvimento Sustentável, que passou a ser conhecido por “Relatório Brundtland” em homenagem a Gro, que havia sido primeira-ministra de seu país e que agora ocupava a presidência da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

Nessa declaração encontramos propostas para novas formas de providenciar o progresso humano, sem comprometer a fonte da riqueza. O mundo se desenvolve, a população se multiplica, a economia se expande. Mas cuidado, pois nos dias em que vivemos não podemos abordar os temas clássicos como a geração de riqueza, a política internacional, a educação de jovens, a administração de empresas, sem colocar na pauta o crescimento sustentável.

A ideia é transformar a inteligência humana em aliada do planeta, levando o homem a maneirar com o seu instinto predador. Sustentabilidade tem a ver com a prática de consumir sem esgotar, de viver sem comprometer a vida, de ter responsabilidade com o futuro. E isso tem a ver com o que cada um de nós faz em seu dia a dia, e não apenas com os pensadores e os políticos.

Pensar no futuro não é mais – ou não deveria ser – tarefa exclusiva dos futurólogos e preocupação apenas dos ecologistas. Deveria estar na ordem do dia de cada habitante deste planetinha, o único que temos, diga-se. Para isso seria necessária a criação de uma nova consciência humana, a de que, cuidando, não vai faltar. 

 A realidade

Mas, o que acontece é que a competitividade global está dificultando a sobrevivência das empresas e das pessoas, e é difícil, vamos ser honestos, alguém pensar no futuro se está com dificuldades para garantir o presente.

Todos nós temos necessidades imediatas e procuramos atendê-las rapidamente, pois elas nos provocam desconforto ou sofrimento. Só que a modernidade acrescentou novas necessidades à nossa sobrevivência. O homem de antigamente precisava de comida, roupas, abrigo. Hoje também, mas agora acrescentamos outras prioridades como educação, lazer, relações, tecnologia, comunicação, transporte de massa. Além disso, mudou a frequência das necessidades. Assim como a comida, hoje consumimos outras coisas que precisaremos consumir de novo amanhã, e depois-de-amanhã, em uma escala muitas vezes crescente.

A lógica da sustentabilidade nos obriga a pensar sobre a linha do tempo próxima e remota, pois precisamos atender às necessidades pessoais de hoje lembrando que teremos outras amanhã. Vem daí a ideia da sustentabilidade pessoal. Usando o exemplo do consumo, apenas medir se uma prestação cabe no orçamento e enfiar-se em uma dívida para comprar algo que precisamos no momento pode prejudicar o orçamento por um bom tempo e, como consequência, as necessidades do amanhã.

O conselho é este: você até pode gastar hoje o que vai ganhar amanhã, desde que não perca de vista que amanhã você vai ter outras coisas para gastar. Desejos e recursos são passageiros do mesmo barco. E isso vale para o planeta, para uma empresa, para uma família e para cada um de nós.

É famosa a história daquele playboy que herdou uma grande fortuna e resolveu dedicar a vida apenas a gastá-la. Ele fez um cálculo simples, reservando uma parte do dinheiro para cada ano que ele imaginou que iria viver. Só que ele foi surpreendido por sua boa saúde: viveu muito mais do que imaginava. A consequência foi que ele passou cerca de vinte anos com extrema dificuldade para se manter, e como não havia se preparado para exercer nenhuma profissão, não tinha como ganhar dinheiro. Dependeu da ajuda de parentes e amigos até para comprar comida e remédios. Foi uma vida não autossustentável.

Guardadas as proporções, isso acontece com muita gente que não previne seu futuro, o que poderia ser feito através de uma poupança, de um negócio ou de um plano de previdência. E é também o que está acontecendo com o planeta, pois estamos gastando demais seus recursos sem preocupação com seu esgotamento. Quem vai pagar essa conta são nossos descendentes.

O legado

Com frequência nos perguntamos que planeta queremos deixar para nossos filhos, mas deveríamos mesmo é nos perguntar que filhos queremos deixar para o planeta. A ideia da sustentabilidade passa, necessariamente, pela educação, pela criação de uma “mentalidade sustentável”. Há comunidades em que a ideia da sustentabilidade faz parte do senso comum, não é apenas uma visão cientifica, política ou acadêmica. Faz parte do cotidiano. Mas, nesses casos, houve investimentos em educação, e não apenas na criação de leis, normas e punições.

Em Curitiba, um exemplo que eu conheço bem, a separação doméstica de lixo é uma das maiores do mundo. Quase ninguém deixa de separar o lixo comum do lixo reciclável em casa. Todo o material de plástico, vidro, papel ou tecido é armazenado em algum lugar e entregue a um caminhão especial, verde, que passa duas vezes por semana, em todos os bairros da cidade – o caminhão do “lixo que não é lixo”.

Neste caso, três fatores contribuíram: a educação das crianças nas escolas, a competência da prefeitura que manteve a coleta seletiva e a ação do tempo. Esse programa levou trinta anos para se consolidar. As novas gerações educaram as mais velhas, numa maravilhosa inversão dos fatos históricos. Os filhos ensinaram os pais o que haviam aprendido na escola. É um belo exemplo de preocupação com a sustentabilidade de uma cidade, no que diz respeito ao manejo de matérias que podem ser recicladas e reaproveitadas para produzir novas coisas.

Educação, conscientização, estratégias, recursos. Talvez pudéssemos chamar tudo isso de vontade política, o que não tem a ver apenas com os políticos, e sim com cada pessoa. Eu, pessoalmente, durmo melhor quando sinto que, naquele dia, pratiquei algo que, de alguma forma colaborou com o meio ambiente. Pode ser a economia de água, o uso de transporte coletivo, o fato de dispensar a sacola plástica do supermercado levando uma sacola de pano, coisas pequenas, mas que são as que vão fazer a grande diferença no final. Isso é o que o Capra chama de ecoliteracy – alfabetização para a ecologia.

É urgente que caminhemos em direção a essa alfabetização. E é bom que tenhamos pressa, porque o uróboro está quase abrindo a boca…

Texto publicado sob licença da revista Vida Simples, Editora Abril.
Revista Vida Simples nº 113 01/12/2010 - Por Eugênio Mussak 


domingo, 29 de abril de 2012

ESTADO DE ESPIRITO E HATHA YOGA
















O yoga é mais um estado de espirito do que um conjunto de técnicas.
O Hatha Yoga tem como essência o respeito ao corpo como instrumento de manifestação do indivíduo completo e como resultado e receptáculo de toda experiência da espécie humana desde o inicio da evolução, de fato, desde que a vida se manifestou na terra.
O Hatha Yoga se volta para o interior do corpo. Ele não quer construir uma musculatura impressionante, mas age em profundidade sobre os orgãos, o sistema nervoso e a respiração.
Seu objetivo: "Controlar e aperfeiçoar o indivíduo como um todo". 
Essa é a razão do yoga verdadeiro que não valoriza as aparências nem o desempenho acrobático, que não tem valor em si.
A concentração durante os ásanas é mais importante que "o fazer" as posturas de uma maneira mais ou menos perfeita.
Não se desanime se você ainda está longe da perfeição e se aparentemente não vê grandes progressos na sua prática. Porém na pureza da concentração e na sua intensidade, existe para cada um, possibilidades infinitas e aperfeiçoamento invisiveis.

Fonte: André Van Lysebeth

sexta-feira, 27 de abril de 2012

AS SETE LEIS ESPIRITUAIS DO SUCESSO

1 - A lei da potencialidade pura
A fonte de toda a criação é a conscietização pura... a potencialidade pura que busca expressar-se do não manifesto ao manifesto...
E quando descobrimos que nosso verdadeiro Eu é potencialidade pura, alinhamo-nos à força que coordena tudo no universo.



Aplicação da Lei da potencialidade pura
Você pode colocar a lei da potencialidade pura em ação assumindo o compromisso de dar os seguintes passos:

1. Entrar em contato com o campo da potencialidade  pura, reservando um momento do dia para ficar em silêncio, para apenas ser. Ficar sozinho em meditação silenciosa pelo menos duas vezes ao dia por, aproximadamente, mtrinta inutos pela manhã e trinta minutos à noite.

2. Reservar um período do dia para comungar com a natureza e observar em silêncio a inteligência que há em todas as coisas vivas. Ficar em silêncio e assistir ao pôr-do-sol, ouvir o ruído do oceano ou de um rio, ou simplesmente sentir o perfume de uma flor. No êxtase do silêncio, e em comunhão com a natureza, desfrutar a pulsação vital das eras, o campo da  potencialidade ilimitada.

3. Praticar o não-julgamento. Começar o dia dizendo: "hoje, não julgarei nada que aconteça" e durante todo o dia lembrar de não fazer julgamentos.


2 - A lei da doação

O Universo opera através de trocas dinâmicas... dar e receber são diferentes aspectos do fluxo da energia universal.
Em nossa própria capacidade de dar tudo aquilo que almejamos encontra-se a chave para atrair a abundância do universo - o fluxo da energia universal - para a nossa vida.




Aplicação da Lei da doação
Você pode colocar a lei da doação em movimento assumindo o compromisso de dar os seguintes passos:


1. Dar um presente em todo lugar que for, a todos que encontrar. Esse  presente poderá ser um cumprimento, uma flor, uma oração. Oferecer, diariamente, alguma coisa a todas as pessoas com as quais entrar em contato. Estará, assim, desencadeando o processo de circulação de energia - de alegria, de riquezas, de abundância - na sua vida e na de outras pessoas.


2. Receber agradecido, diariamente, todas as dádivas que a vida oferece: a luz do sol, o canto dos pássaros, as flores, a neve do inverno. E estar aberto para receber dos outros, seja um presente material, seja dinheiro, seja um cumprimento, seja uma oração;


3. Assumir o compromisso de manter a riqueza circulando em sua vida, dando e recebendo os mais preciosos presentes: carinho, afeição, apreço, amor. Desejar, em silêncio, felicidade e muita alegria toda vez que encontrar alguém.


3 - A lei do carma ou de causa e efeito

Toda ação gera uma força energética que retorna a nós da mesma forma... O que semeamos é o que colhemos.
E quando escolhemos ações que levam felicidade e sucesso aos outros, o fruto de nosso carma é a felicidade e o sucesso.











Aplicação da Lei do carma ou de causa e efeito

Você pode colocar a lei do carma ou de causa e efeito em ação assumindo o compromisso de dar os seguintes passos:

1. Observar as escolhas que vai fazer hoje a todo momento. E na observação dessas escolhas, trazê-las para a percepção consciente. Ter bem claro que a melhor maneira de se preparar para todos os momentos do futuro é estar plenamente consciente do presente.

2. Toda vez que for fazer uma escolha, pergunte: "quais serão as consequências desta escolha?"; "esta escolha trará satisfação e felicidade a mim e aos outros que serão afetados por ela?"

3. Pedir, então, orientação ao coração e seguir a mensagem enviada por ele de conforto ou desconforto. Se a escolha for de conforto, entregar-se totalmente a ela. Se a escolha for de desconforto, parar para ver as consequências daquele ato com sua visão interior. Essa orientação permitirá fazer escolhas corretas espontâneas tanto para você quanto para os que o circundam. 


4 - A lei do mínimo esforço

A inteligencia da natureza opera pela lei do mínimo esforço... sem ansiedade, com harmonia e amor.
E quando utilizamos as forças da harmonia, da alegria, do amor, atraímos sucesso e boa sorte facilmente.


  

Aplicação da Lei do mínimo esforço

Você pode colocar a lei do mínimo esforço em ação assumindo o compromisso de dar os seguintes passos:

1. Praticar a aceitação, dizendo: "hoje aceitarei pessoas, situações, circunstâncias, fatos como eles se manifestarem." Saber que o momento é como deve ser, porque todo o universo é assim. Não se voltar contra todo o universo, lutando contra o momento presente. Dizer a si mesmo: "minha aceitação será total e completa; verei as coisas como são no momento em que ocorrerem e não como eu gostaria que fossem".


2. Aceitando as coisas como são, assumir a responsabilidade pela sua situação e por todos os fatos que considera problemáticos. Ter bem claro que assumir a responsabiidade é não culpar alguém, ou alguma coisa, pela sua situação. Saber, também, que todo problema traz em si uma oportunidade e que a consciência das oportunidades vai permitir olhar para o momento problemático e transformá-lo em imenso benefício.


3. Assentar sua percepção, hoje, na indefensibilidade. Desistir da necessidade de defender seus pontos de vista e de convencer e persuadir os outros a aceitá-los. Permanecer aberto a todos os pontos de vista e não se prender a nenhum deles.


5 - A lei da intenção e do desejo

É inerente a toda intenção e a todo desejo o mecanismo da sua realização... a intenção e o desejo têm, no campo da potencialidade pura, o poder da organização infinita.
E quando introduzimos uma intenção no campo fértil da potencialidade pura, colocamos essa infinita organização a nosso serviço. 



















Aplicação da Lei da intenção e do desejo

Você pode colocar a lei da intenção e do desejo em ação assumindo o compromisso de dar os seguintes passos:

1. Fazer uma lista de todos os seus desejos. Carregar essa lista para todos os lugares. Olhar para ela antes de entrar em silêncio e meditação. Olhar antes de adormecer à noite. Olhar quando acordar pela manhã.

2. Liberar a lista de seus desejos e a soltar no ventre da criação. Confiar. Se as coisas não saírem como deseja, há uma razão para isso. O plano cósmico com certeza terá designios maiores para você do que os que possa conceber.

3. Lembrar de praticar a consciência do momento presente em todas as ações. Não permitir que os obstáculos consumam e dissipem a qualidade da atenção no momento presente. Aceitando o presente como ele é, o futuro se manifestará nas intenções e nos desejos mais caros e profundos.


6- A lei do distanciamento

No distanciamento está a sabedoria da incerteza... na sabedoria da incerteza está a libertação do passado, do conhecido, que é a prisão dos velhos condicionamentos. E na mera disponibidade para o desconhecido, para o campo de todas as possibilidades, redemo-nos à mente criativa que rege o universo.















Aplicação da Lei do distanciamento
 Você pode colocar a lei do distanciamento em ação assumindo o compromisso de dar os seguintes passos:

1. Comprometer-se, hoje, com o distanciamento. Dar a si próprio e aos outros a liberdade de ser o que é. Evitar a imposição rígida de sua idéias sobre como as coisas devem ser. Não forçar soluções de problemas, criando assim novo problemas. Participar de tudo, mas com envolvimento  distanciado.

2. Transformar a incerteza em um ingrediente essencial da própria experiência. Na disponibilidade para aceitar a incerteza, as soluções emergirão espontânemaente do próprio problema, da própria confusão, da desordem, do caos. Quanto mais incertas forem as coisas, mais seguro deverá se sentir, porque a incerteza é o caminho da liberdade. Através da sabedoria da incerteza encontrará segurança. (Parece um paradoxo, mas tem sentido...)

3. Entrar no campo de todas as possibilidades e antecipar a excitação que pode ocorrer quando se está aberto a uma infinidade de escolhas. Quando entrar no campo de todas as possibiidades, experimentará toda a diversão, toda a magia, todo o mistério, toda a aventura da vida. 

6- A lei do dharma ou do propósito de vida
Todos têm um propósito de vida... um dom singular ou um talento único para dar aos outros. E quando misturamos esse talento singular com benefícios aos outros, experimentamos o êxtase da exultação de nosso próprio espírito - entre todos, o supremo objetivo.














Aplicação da Lei do dharma ou do propósito de vida

Você pode colocar a lei do dharma ou do propósito de vida em ação assumindo o compromisso de dar os seguintes passos:

1. Nutrir amavelmente, hoje, a divindade que habita em você, no fundo de sua alma. Prestar atenção ao seu espírito, que anima seu corpo e sua mente. Despertar desse profundo sono dentro de seu coração. Carregar consigo a consciência da atemporalidade, do ser eterno, em todas as experiências limitadas pelo tempo.

2. Fazer uma lista de seus talentos únicos. Depois, outra lista das coisas que adora fazer quando está expressando esses talentos. Diga, então: "quando eu os expresso e os ponho a serviço da humanidade, perco a noção do tempo e crio abundância em minha vida, bem como na vida de outros".

3. Perguntar a si mesmo diariamente: "como posso servir?" e " como posso ajudar?" As respostas a essas perguntas permitirão ajudar e servir a seus semelhantes, com amor. 



Conclusão: 
As sete leis espirituais do sucesso são principios poderosos que o capacitarão a alcançar o autodomínio.
Há uma sequência natural de aplicação dessas leis:
A Lei da potencialidade pura é ativada pela lei da doação, cujo princípio é saber dar o que se deseja. Se você busca a abundância, deve dar em abundância. Se quer dinheiro, deve dar dinheiro. Se deseja amor, deve dar amor e assim por diante.
Através da lei da doação,você ativa a lei do carma. Ao criar um bom carma, tornará tudo mais fácil na vida: notará que não será necessario fazer muito esforço para satisfazer os seus desejos. Isso automaticamente o leva à lei do mínimo esforço.
Seus desejos sendo satisfeitos com o mínimo esforço o levará a entender a lei da intenção e do desejo. Satisfazendo os seus desejos você praticará com facilidade a lei do distanciamento. Por fim entendendo todas essas leis você passará a focalizar seu verdadeiro propósito de vida, a lei do dharma, que ao ser compreendida lhe proporcionará a realização do que você quiser e quando quiser.

"Temos que entender que somos todos viajantes de uma jornada cósmica. A vida é eterna. Mas suas expressões são efêmeras, momentâneas, transitórias.
Nós paramos um instante para encontrar o outro, para nos conhecermos, para amar e compartilhar. É um momento precioso, mas transitório.
Um pequeno parênteses na eternidade. Se partilharmos carinho, sinceridade, amor, criamos abundância e alegria para todos nós. Esse momento de amor é valioso."



Fonte: As Sete Leis Espirituais do Sucesso - Deepak Chopra






 


















quinta-feira, 5 de abril de 2012

História da Páscoa










As origens do termo

A Páscoa é uma das datas comemorativas mais importantes entre as culturas ocidentais.
A origem desta comemoração remonta muitos séculos atrás. O termo “Páscoa” tem uma origem religiosa que vem do latim Pascae. Na Grécia Antiga, este termo também é encontrado como Paska. Porém sua origem mais remota é entre os hebreus, onde aparece o termo Pesach, cujo significado é passagem.

Páscoa Judaica
Entre os judeus, esta data assume um significado muito importante, pois marca o êxodo deste povo do Egito, por volta de 1250 a.C, onde foram aprisionados pelos faraós durante vários anos. Esta história encontra-se no Velho Testamento da Bíblia, no livro Êxodo. A Páscoa Judaica também está relacionada com a passagem dos hebreus pelo Mar Vermelho, onde liderados por Moisés, fugiram do Egito.
Nesta data, os judeus fazem e comem o matzá (pão sem fermento) para lembrar a rápida fuga do Egito, quando não sobrou tempo para fermentar o pão.

A Páscoa entre os cristãos
Para os cristãos, esta data celebra a ressurreição de Jesus Cristo (quando, após a morte, sua alma voltou a se unir ao seu corpo). O festejo é realizado no domingo seguinte a lua cheia posterior ao equinócio da Primavera (21 de março).
A semana anterior à Páscoa é considerada como Semana Santa. Esta semana tem início no Domingo de Ramos que marca a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém.

A figura do coelho está simbolicamente relacionada à esta data comemorativa, pois este animal representa a fertilidade e a esperança de vida nova. O coelho se reproduz rapidamente e em grandes quantidades. No Egito Antigo, por exemplo, o coelho representava o nascimento e a esperança de novas vidas.
Outra possível história do surgimento do coelho da páscoa vem de uma lenda pagã. Segundo essa lenda, a deusa Eostre encontrou um pássaro ferido durante o inverno. Para ajudá-lo a sobreviver, a deusa o transformou em coelho. Mas a transformação não foi completa, tanto que o coelho ainda conseguia colocar ovos. Para agradecer, o coelho decorava seus próprios ovos e o oferecia a deusa toda primavera.
A figura do coelho da Páscoa foi trazido para a América pelos imigrantes alemães, entre o final do século XVII e início do século XVIII.






Ovos de Páscoa: (de chocolate, enfeites, jóias) assim como o coelho, o simbolismo dos ovos está relacionado com uma nova vida e com a fertilidade.
O ovo é um símbolo bastante antigo, anterior ao Cristianismo, que representa a fertilidade e o renascimento.
Muitos séculos antes do nascimento de Cristo, a troca de ovos no Equinócio da Primavera (21 de Março) era um costume que celebrava o fim do Inverno e o início de uma estação marcada pelo florescimento da natureza. Para obterem uma boa colheita, os agricultores enterravam ovos nas terras de cultivo.
Principalmente na região do Mediterrâneo, algumas sociedades, entre elas a grega, festejavam a passagem do inverno para a primavera, durante o mês de março. Geralmente, esta festa era realizada na primeira lua cheia da época das flores. Entre os povos da antiguidade, o fim do inverno e o começo da primavera era de extrema importância, pois estava ligado a maiores chances de sobrevivência em função do rigoroso inverno que castigava a Europa, dificultando a produção de alimentos. A fertilidade era sinônimo de preservação da espécie e melhores condições de vida, numa época onde o índice de mortalidade era altíssimo.
Chineses, tempos atrás, distribuíam ovos coloridos entre amigos durante a primavera representando revigorar a vida. Os pagãos (especialmente ucranianos) tinham o costume da “arte de decorar ovos”, chamado de “pisanka” (da imagem), hábito que depois seria atribuído aos cristãos de uma outra forma. Têm-se notícias que em alguns países os noivos davam um ao outro, um ovo pintado simbolizando a perpetuação do amor.
Na Roma antiga, nas festas de primavera, as mulheres casadas vestiam-se de branco e carregavam o ovo que era dedicado aos seres protetores da agricultura. Os hebreus na Páscoa, comiam ovos cozidos. Os celtas ofereciam ovos pintados de vermelho, simbolizando o sangue derramado por Cristo.
O hábito de dar ovos de verdade vem da tradição pagã.
É no século XVIII que os cristãos acatam a idéia de pintar ovos nas cores da primavera. A própria Igreja Católica “doava” aos fiéis ovos bentos.

Quando a Páscoa cristã começou a ser celebrada, a cultura pagã de festejo da Primavera foi integrada na Semana Santa. Os cristãos passaram a ver no ovo um símbolo da ressurreição de Cristo. Por ser uma data festiva, costumava-se pintar ovos de galinha com cores bem alegres.
Colorir e decorar ovos é um costume também bastante antigo, praticado no Oriente. Nos países do Leste Europeu, os ortodoxos tornaram-se grandes especialistas em transformar ovos em obras de arte. Da Rússia à Grécia, os ortodoxos costumam pintar os ovos de vermelho. Já na Alemanha, a cor dominante é o verde. A tradição é tão forte que a Quinta-feira Santa é conhecida por Quinta-feira Verde. Na Bulgária, em vez de se esconder os ovos, luta-se com eles na mão. Há verdadeiras batalhas campais. Toda a gente tem de carregar um ovo e quem conseguir a proeza de o manter intacto até ao fim será o mais bem sucedido da família até à próxima Páscoa.
Das tradições da Europa Oriental, o hábito passou aos demais países. Eduardo I de Inglaterra oferecia ovos banhados em ouro aos súditos preferidos. Luís XIV da França os mandava, pintados e decorados, como presentes. Isso iniciou a moda de fazê-los artificiais, de madeira, porcelana e metal, contendo alegres surpresas aos presenteados. Seu sucessor Luís XV presenteou sua amante 33 anos mais jovem, Madame du Barry, com um enorme ovo, o qual continha uma estátua de Cupido. Essas tradições inspiraram também Peter Carl Fabergé na criação dos famosos e valiosos Ovos Fabergé...


















Atualmente, presentear com ovos de chocolate na páscoa já faz parte das tradições comemorativas de vários povos pelo mundo.
O hábito de trocar ovos de chocolate surgiu na França. Vieram dos Pâtissiers franceses que recheavam ovos de galinha, depois de esvaziados da clara e da gema, com chocolate e os pintavam por fora. Os pais costumavam esconder ovos nos jardins para que as crianças os encontrassem na época da Páscoa. Com melhores tecnologias e crescimento da própria indústria de chocolate , a partir do final do século XIX, se difundiram os ovos totalmente feitos de chocolate, utilizados até hoje. Antes disso, como já dissemos, eram usados ovos de galinha para celebrar a data. Alguns associam essa troca à proibição da ingestão de alimentos de origem animal no período da quaresma.

Mas o que a reprodução tem a ver com os significados religiosos da Páscoa? Tanto no significado judeu quanto no cristão, esta data relaciona-se com a esperança de uma vida nova.

A Páscoa no Mundo

Bélgica e França
Nesses países, os sinos das igrejas não tocam entre a Sexta-Feira da Paixão e o Domingo de Páscoa. Diz a lenda que os sinos voam para Roma até a Páscoa e, no caminho de volta, deixam cair ovos, que as crianças devem encontrar. As crianças belgas fazem ninhos de palha e os escondem na grama, esperando que o coelho da Páscoa os encha de ovos.

Bulgária
Os búlgaros colorem ovos cozidos na Quinta-Feira Santa, após a missa. Os pães pascais também são uma tradição muito forte: podem ser pequenos ou grandes, mas sempre decorados. O pão é chamado "kolache" ou "kozunak". Seu sabor é semelhante ao do panetone brasileiro. Um desses pães é especialmente decorado incrustando-se ovos vermelhos nele (sempre em números ímpares) e levado à igreja na madrugada de sábado, para uma sequência de liturgias. Após esses eventos, os pães e ovos são abençoados e levados de volta para casa. Com esses alimentos presenteiam-se amigos turcos da família (que se sentem muito honrados e retribuem com dinheiro), os chamados pais espirituais (padrinho e madrinha), pais biológicos e todos os outros parentes e amigos. Os ovos são quebrados após a missa da meia-noite e durante os próximos dias. Um dos ovos é quebrado na parede da igreja (e esse é o primeiro ovo a ser comido após o jejum de Quaresma). Outro ritual, o da quebra de ovos, acontece após o almoço de Páscoa. Cada pessoa escolhe um ovo e, então, cada um a sua vez, bate seu ovo contra o dos outros. Aquele que ficar com o seu ovo inteiro por último terá um ano de sorte.

Estados Unidos
A atividade mais comum nos Estados Unidos é a caça ao ovo de Páscoa. Os ovos cozidos, decorados com tintas, são escondidos e as crianças devem encontrá-los. Em comunidades menores, as crianças da cidade se reúnem em praças para encontrar os ovos, escondidos por todo lugar. A Páscoa na Casa Branca, sede do governo norte-americano, reúne pessoas de todo o país. A tradição vêm do início da década de 1870, quando crianças brincavam, durante a Páscoa, no gramado do Capitólio, em Washington D.C. Elas levavam seus ovos cozidos e os rolavam na grama para ver quem conseguia mandar o ovo mais longe. Em 1877, uma lei proibiu a atividade, mas o presidente Rutherford Hayes, em 1878, liberou o gramado sul da Casa Branca para a rolagem de ovos. Hoje, o evento (gratuito) tem ingressos colocados à disposição de crianças entre 3 e 6 anos, acompanhadas dos pais, que participam de diversas brincadeiras em volta da Casa Branca.
México
Nesse país é popular a "malhação de Judas", o apóstolo que traiu Jesus. Ao meio-dia do Domingo de Páscoa, bonecos representando Judas são socados, enforcados e queimados. Em algumas cidades, Judas também é representado por uma piñata, um jarro cheio de doces que as crianças devem tentar quebrar, espalhando doces para todos os presentes.
Oriente Médio
A cerimônia do lava-pés é um dos pontos altos da comemoração. Na Quinta-Feira Santa, os padres convidam mendigos a entrar e lavam seus pés e lhes dão presentes, para lembrar o ato de Jesus Cristo.

Suécia
Os suecos mantêm uma relação extremamente solene com a Semana Santa. Fazer casamentos e batizados nessa época é considerado inapropriado. Mas esse quadro, aos poucos, vem mudando: já há alguns anos os cinemas estão abrindo na Sexta-Feira da Paixão. Devido ao clima do país, as palmas do Domingo de Ramos costumam ser substituídas por ramos de salgueiro. De tão ligada a essa liturgia, a folha de salgueiro ficou conhecida como "palma" pelos suecos. As tradições pascais da Suécia e de outros países escandinavos lembram muito o Halloween norte-americano. Na Quinta-Feira Santa ou na véspera da Páscoa, as crianças suecas vestem-se como bruxos e visitam seus vizinhos, deixando um cartão decorado (a "carta de Páscoa") e esperando receber um doce ou dinheiro em troca. Esse costume tem origem numa lenda local, que dizia que durante a Páscoa, a atividade de bruxas e bruxos crescia muito. A tradição das "cartas" é especialmente difundida no oeste da Suécia, onde também é costume colocar essas cartas nas caixas de correios ou por debaixo das portas sem ser visto. A identidade de quem enviou o cartão é sempre secreta. Os suecos também entregam ovos cozidos decorados durante a Páscoa, mas nem de longe tão elaborados como em outros países da Europa.

Índia
Os hindus têm um festival chamado Holi. É o momento em que toda a população de religião hindu reúne-se para lembrar, dançando e tocando flautas, como o deus Krishna apareceu e também a chegada da primavera. Comidas especiais são feitas para a ocasião e todos visitam seus amigos, experimentando as comidas de cada um. É costume também que o dono da casa marque a testa de seus convidados com um pó colorido.