
Svadhyayad ista-devata-samprayogah – Do auto-estudo resulta a união com a deidade desejada!
“Sva “– significa Eu e “adhyaya”, estudo ou educação. Portanto svadhyaya é a educação do eu. Pelo svadhyaya o estudante (sadhaka) entende a natureza de sua alma e obtém a comunhão com o divino.
Como uma ferramenta para a memorização, svadhyaya tinha um significado único para os estudiosos védicos como a principal ferramenta para a preservação oral dos Vedas em sua forma original por milênios. Quando usado como uma parte formal do estudo das escrituras, svadhyaya envolve repetidas recitações das escrituras para fins de domínio dos mantras com sua pronúncia exata. Os textos védicos foram compostos e transmitidos oralmente, sem o uso da escrita, em uma linha ininterrupta e formalizada de transmissão de professor para aluno. Isso garantiu uma transmissão impecável textual e superior aos textos clássicos de outras culturas.
A tradição de svadhyaya sugere que qualquer texto sagrado ou inspiração que ofereça uma visão sobre a condição humana pode servir como um espelho, refletindo a nossa verdadeira natureza. Textos clássicos desse tipo poderia incluir o Yoga Sutra , Bhagavad Gita, o Tao Te Ching, a Bíblia, o Talmude e escritos dos santos de qualquer tradição. Mas a fonte também pode ser espiritual ou qualquer texto inspirador que possamos usar não simplesmente de forma abstrata ou acadêmica, mas como um meio de profundo auto-entendimento.
Na verdade, levando a mesma lógica um passo adiante, svadhyaya pode se referir a qualquer atividade inspiradora, a partir do simples ato de cantar, usando um mantra ou um hino, ao receber ensinamentos do guru ou até ouvir um sermão. Rituais de grandes religiões, por exemplo, o ritual da confissão católica romana na fé pode atuar como svadhyaya. Para dar um exemplo semelhante, a busca do arrependimento e do perdão são partes integrantes do processo de purificação e iluminação em ambas as religiões judaica e islâmica. Em uma forma um pouco diferente de svadhyaya, o budista tibetano contempla os "grandes pensamentos que levam a mente ao dharma supremo”, ou seja, deste mundo para a vida espiritual.
Em svadhyaya, ensinamentos espiritualmente inspiradores são ferramentas que nos ajudam a entender a nós mesmos, e, através dessa compreensão a mudar nossas atitudes e comportamentos.
Svadhyaya é mencionado no Bhagavad Gita(16.1) como uma das virtudes (estudo das escrituras), e no (17.15) como uma das práticas que compõem a austeridade da fala: “A comunhão meditativa com seu próprio e verdadeiro Eu e o proferimento de palavras que não produzam agitação e sejam verdadeiras, agradáveis e benéficas chamam-se a austeridade da fala.”
Enfim, Svadhyaya pode ser praticado pelo estudo das escrituras (shastras), pelas lições que os Sábios e Mestres têm para dar, pela auto-análise, pela meditação e também na prática de ásanas.
A auto-investigação ajuda a compreensão de nós mesmos. Aplicamos svadhyaya na pratica da meditação quando nos voltamos para o nosso interno e nossos questionamentos e na pratica de ásanas ao estarmos tranqüilos com nós mesmos, observando nosso corpo, respiração e nossa mente. Assim, concentrados no propósito de cada asana, aprendemos mais sobre nossos órgãos, nossas emoções, ações e reações.
O QUE SOMOS
Nós somos a verdade do universo que se manifesta a cada instante. Somos a luz e a sombra. Somos os sons e o silêncio. A memória e o esquecimento. A velhice e a juventude. Somos o bem e o mal. E somos tudo que está entre os opostos, somos as várias nuances entre os extremos.Pois estamos interligados, interconectados na imensa teia do “interser”.
Ninguém é sozinho. somos porque há água. Somos porque há terra; vento, sol e pão. Somos porque há pais, amigos, parentes e desconhecidos. Porque há seres humanos, animais, vegetação. Somos porque somos a interligação.
Em cada partícula, o todo se manifesta. Cada pedaço de alimento que chega a nós contém todos os seres que trabalharam para que até nós chegasse, bem como toda a natureza; a capacidade de vermos o sol e a lua, as estrelas, os planetas, e os cometas, o vento, a terra, a água, as diversas formas de vida assim como são.
Essa capacidade independe de inteligência e de estudos; está em nós. Precisamos saber acessá-la. Ver a realidade como ela é. Atuar nessa realidade para a transformação. Ser a transformação que queremos.
Quando comer, apenas comer. Quando dormir, apenas dormir. Simplesmente ser. Inteiro, presente em cada instante, em cada ação. Tornando-se um com o Uno e se diversificando na pluralidade dos seres.